Foto: Alessandro Maschio
A importância do agronegócio na chamada segurança alimentar, o desafio de garantir a sobrevivência da população do planeta e, consequentemente, a paz mundial foram pontos destacados pelo deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB), responsável pelas considerações finais do seminário “A Importância do Agronegócio na Economia”, realizado no dia 5 de julho na Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana), em Piracicaba.
Thame falou da necessidade de políticas públicas e maiores incentivos a um setor de importância estratégica. “Temos que avançar no conhecimento tecnológico adequado, para tomar decisões corretas, lutar juntos para enfrentar crises e a falta de incentivos reais para um setor que hoje responde por 40% da balança comercial. Unir esforços para conseguir superar o desafio de aumentar a cada ano a nossa produção e alimentar o mundo.”, disse.
As considerações do deputado fecharam uma manhã de debates em torno de perspectivas para o setor agrícola. Os representantes e lideres de vários segmentos do agronegócio, que lotaram o auditório da Coplacana, tiveram a oportunidade de acompanhar a apresentação de vários pontos de vista sobre a situação atual do agronegócio e avançar nesse conhecimento.
A palestra principal ficou a cargo do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Presidente do conselho deliberativo da Única (União da Indústria da Cana-de-açúcar ) e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rodrigues destacou o crescimento das exportações do país entre 2003 e 2013, um salto de U$ 30 bilhões para U$ 100 bilhões. “Enquanto o mundo inteiro encolheu, o agronegócio do Brasil cresceu”, disse. Para o ex-ministro, em 40 anos os países emergentes vão dominar os mercados consumidor e produtor de alimentos no mundo.
Rodrigues informou que representantes do agronegócio do Brasil devem apresentar um plano para o setor aos candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O documento com as propostas de gestão do setor deve ser entregue após consulta a todas as entidades de classe ligadas ao setor. “O plano foi pedido pelos candidatos e devemos encaminhá-lo reunindo propostas formadas em conjunto”, afirmou.
Além de Rodrigues, participaram do evento como debatedores o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho; José Coral, presidente da Afocapi (Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba); Arnaldo Bortoletto, presidente da Coplacana; Tarcísio Mascarim, secretário de desenvolvimento econômico de Piracicaba; José Vicente Caixeta Filho, diretor do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba; Angelo Frias Neto, presidente da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi); Hermas Amaral Germek, diretor da Fatec, Pedro Mizutani, representante da Raízen e Ricardo Caiuby de Faria, da Sucral.
Segundo José Otávio Menten, coordenador do curso de engenharia agronômica da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), um dos organizadores do seminário, a intenção foi reunir representantes de toda a cadeia para discutir os principais desafios do setor.
“Enquanto o crescimento previsto para a economia no Brasil em 2014 é inferior a 2%, o agro deverá continuar crescendo. Em 2013 a agricultura cresceu 7%, sendo o setor que mais contribuiu para que o PIB brasileiro atingisse 2,3%. Em 2014 deve ser, novamente, o principal setor de nossa economia, talvez um pouco abaixo do crescimento de 2013”, afirmou Menten.
Para ele, os grandes desafios incluem infraestrutura logística (transporte multimodal e capacidade de armazenamento), legislação/direito à propriedade, fortalecimento das cooperativas e associações de produtores, diversificação e agregação de valor da produção, custo elevado da mão de obra e legislação trabalhista, ocorrência e manejo de pragas e licença ambiental para construção de infraestrutura.
Jornalistas responsáveis: Flávia Paschoal e Marisa Massiarelli Setto | Toda Mídia Comunicação