A regionalização do voto, como forma de melhorar a qualidade da representação política, foi defendida pelo deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) durante a audiência pública promovida na tarde desta terça-feira, dia 3 de março, pela comissão que analisa reforma política na Câmara dos Deputados. Mendes Thame integra nesta legislatura a comissão especial que debate a Reforma Política e destaca a necessidade de mudanças que fortaleçam a democracia e estejam sintonizadas com os desejos e anseios dos eleitores.
Participaram do debate Cláudio de Souza, secretário geral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcello Lavenère, membro da Comissão para Reforma Política da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), e Carlos Moura, diretor do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral.
“O sistema eleitoral atual permitiu que iniciássemos um processo de consolidação de nossa democracia e não é totalmente falho, mas tem graves defeitos. Os principais problemas a serem enfrentados são o altíssimo custo da campanha, gerado pela forma de escolher os deputados, e a miríade de partidos, o que impede que se faça realmente uma coalizão para defender o Estado”, declarou em pronunciamento.
Thame destacou que no atual sistema, os custos de campanha são altíssimos e trocar o financiamento privado por público é trocar seis por meia dúzia. “A única forma de reduzir o custo da campanha é diminuindo o tamanho do distrito. Se não dá para ter o voto distrital, vamos ter o regional, vamos permitir que os Estados maiores – não só em número de habitantes, mas em extensão, possam se dividir em regiões”, declarou, acrescentando que tal medida poderá aproximar os candidatos dos eleitores, além de fazer com que todas as regiões tenham deputados eleitos que as representem. Lembrou também que o sistema atual de escolha dos deputados desestimula as mulheres, os jovens, os profissionais liberais. “Daqui a pouco nós teremos aqui uma Câmara formada só por milionários, pastores evangélicos, comunicadores sociais, e presidentes de sindicatos. Um profissional liberal, que só tem o bom exercício de seu trabalho, mas é benquisto na sua região, dificilmente vai poder ser eleito, porque precisará disputar uma eleição para obter mais de 100 mil votos”.
Jornalistas responsáveis: Flávia Paschoal/Marisa Massiarelli Setto – Toda Mídia Comunicação
Crédito da foto: José Henrique