Thame PV

09/05/2016 | Mudanças necessárias

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Thame PVDeputado federal Antonio Carlos Mendes Thame fala sobre saída do PSDB e entrada no PV, além da crise política no país

A busca pela melhoria de vida da população. Essa foi a motivação para que o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame mudasse do PSDB para o PV.

O parlamentar falou da relação com a nova sigla e como foi deixar o PSDB, partido do qual foi filiado desde 1988. Apesar de não entrar em muitos detalhes sobre sua saída do partido tucano, o deputado citou que o PV “não tem extremos”, não está envolvido em corrupção e o dará a possibilidade de trabalhar mais para ajudar as pessoas. Segundo Thame, o sistema político atual precisa passar po reforma e as manifestações populares têm demonstrado que a população não concorda com a “forma de governar” e anseia por mudanças e maior participação.

O deputado não apontou nomes quando questionado sobre as eleições locais e falou também sobre a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), do qual é a favor. Prefeito de Piracicaba entre os anos de 1993 e 1996, Thame está na Câmara dos Deputados há quase 30 anos e hoje coordena a Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção no Legislativo federal.

O senhor fez uma opção recentemente pela mudança de sigla. Saiu de PSDB, partido no qual era filiado há muitos anos e foi presidente, para ir ao PV. O que motivou essa escolha?

Quando entramos para a política com o ex-deputado, ex-vereador e ex-prefeito Francisco Salgot Castillon, a pergunta que fazíamos na época não era qual o melhor partido para nós, mas qual nos dá as melhores condições de fazer o máximo que pudermos para melhorar a vida do maior número possível de pessoas. Esse é um princípio que prevalece até hoje. Em nível nacional, a condição que colocamos é continuarmos sendo oposição. A mesma coisa aconteceu com o senador Álvaro Dias, que condicionou sua entrada no PV a continuar na oposição.

Por que a mudança agora para o PV?

Na realidade, o que estamos enxergando é a possibilidade de o PV ser o partido que venha a contribuir para o pluripartidarismo, a diversidade de opiniões, o fortalecimento da mulher na política brasileira, a defesa das causas ambientais e para a defesa de um Brasil cada vez mais livre, onde a potencialidade de cada uma das pessoas possa se revelar e tenha direito à participação. Nós vemos cada manifestação popular não apenas como repúdio a uma forma de governar, mas acima de tudo a um modelo de participação do Estado na vida das pessoas e é isso que a população quer mudar: não aceita mais corrupção, exige mais honradez, decência e dignidade na vida pública e cobra resultados. E é isso que nós queremos. Um partido onde a gente tenha maior possibilidade de ajudar as pessoas a terem um futuro melhor.

Houve convite do PV? Como funcionou esse processo de escolha por um novo partido?

A escolha pelo PV se deu por ser um partido onde poderíamos trabalhar mais para ajudar naquilo que acreditamos, ser uma ação político-administrativa para melhorar a vida das pessoas. Além disso, o PV tem se caracterizado por ser o partido que não tem extremos e ao mesmo tempo não está envolvido em corrupção. É um partido que vem sendo bem dirigido.

E o senhor teve convite de outros partidos?

Tivemos convite de vários partidos para mudar de legenda, aproveitando o período em que isso era possível sem nenhuma restrição.

Houve uma conversa anterior no PSDB?

Fiz reuniões com o partido para explicar a minha mudança e também as razões que me levavam a trocar de partido.

O senhor está há quantos mandatos na Câmara Federal?

Estou no sétimo mandato. Desde o início de 1987.

O senhor participou de diversas manifestações contra o governo atual e sempre se mostrou a favor do impeachment, de uma renovação no governo. Isso muda com sua troca de partido?

De forma alguma. Tanto que a bancada do PV na Câmara dos Deputados e no Senado Federal se posicionou pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assinei com os parlamentares da bancada uma nota, confirmando essa posição, destacando que a estabilidade institucional do país, a responsabilidade orçamentária e o desenvolvimento socioambiental foram os principais fatores que determinaram o posicionamento do PV.

Como o senhor vê o cenário atual da política brasileira?

Em primeiro lugar, a população está indignada com a forma como o país vem sendo conduzido. A institucionalização da corrupção na Petrobras, a maior empresa brasileira, é apenas um modelo, é uma vitrine. E a população não se conforma com isso. Acha que esses dirigentes, esses políticos, esses atuais governantes federais já são bem pagos para não precisar roubar. Ao contrário, deveriam estar defendendo o erário, defendendo os recursos públicos para que eles fossem aplicados diretamente naquilo que melhora a vida das pessoas. Por isso, podemos afirmar que essa indignação das ruas não é apenas contra o PT, é contra a forma de governar do PT. Por tudo isso, defendemos começar uma vida nova. Na verdade, há uma revolta da população contra a falta de salvaguardas para proteger os recursos do Estado. É isso que o povo quer mudar e vai mudar.

O senhor não votou para o impeachment da presidente Dilma, mas foi citado por dois deputados. Seu posicionamento seria a favor, como disse anteriormente. Por quê?

Apesar de não ter participado da votação, declarei, anteriormente, meu apoio à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O retorno dos quatro titulares que hoje ocupam cargos no Secretariado do Governo Estadual Paulista inviabilizou minha participação, pois sou o primeiro suplente. Mas tenho certeza que o resultado atende aos anseios da população brasileira, que clama por um país mais transparente no trato das coisas públicas. Aliás, a Câmara dos Deputados não vota o mérito do impeachment, o que cabe aos senadores. O que foi votado foi a abertura do processo. Os crimes de responsabilidade dos quais a Presidente da República é acusada são ter efetuado as “pedaladas fiscais” e ter baixado decretos ampliando despesas, sem prévia autorização do Congresso Nacional, como prevê a legislação, o que constituiriam graves violações da Lei de Responsabilidade Fiscal, por atentar contra a lei orçamentária. Cabe agora aos senadores julgar se houve crime ou não, e em caso positivo, se este crime é razão suficiente para afastar a presidente da República de seu cargo. Estamos acompanhando de perto o processo.

A votação em si repercutiu em todo o país pela postura, em especial, de alguns parlamentares (que levaram os filhos, a grande maioria citou a família etc.). Como avalia o processo de votação? O que acha que poderia ter sido diferente?

O processo de votação refletiu a opinião dos deputados eleitos. Esperamos que uma reforma no sistema eleitoral permita que as eleições dos deputados reflitam o que pensa a grande maioria da população.

Como acha que será o posicionamento do Senado?

O Senado terá, na próxima quarta-feira, uma votação na qual basta  maioria simplespara afastar a presidente e iniciar o processo de fato de análise do impeachment. A segunda votação será mais complicada. Ocorrerá daqui a no máximo seis meses e precisa de dois terços para concluir o afastamento. Na realidade, a Constituição brasileira diz que, para se afastar um presidente, o número de senadores que precisam votar a favor do impedimento (dois terços) é maior do que para mudar a própria Constituição (três quintos), portanto não é algo fácil. É claro que é muito difícil um presidente da República voltar depois de ter sido afastado, mas também é muito difícil fazer uma previsão sobre o que possa acontecer daqui a meio ano.

Por que o nome do senhor foi citado na lista da Odebrecht?

Meu nome não aparece na lista dos que receberam dinheiro da Odebrecht. Aparece na lista dos que indicaram outros deputados para receber recursos. Como secretário geral do PSDB, na época, seria natural que indicasse outros deputados para receber recursos lícitos, declarados à Justiça Eleitoral. Mas nem isso eu fiz. Não indiquei ninguém. Aliás, já coloquei à disposição da Polícia Federal meus sigilos bancário, fiscal e telefônico para comprovar que não conheço os diretores e muito menos o presidente indiciados pela Operação Lava Jato.

O que esperar das eleições 2016 na cidade?

As eleições na cidade sempre significam um ponto muito importante no processo democrático. É quando a população escolhe a pessoa em que mais confia para nela depositar a sua crença de que fará um governo voltado notadamente para os mais humildes, que são os que mais necessitam das políticas públicas municipais.

*Entrevista publicada no Jornal de Piracicaba do dia 8 de maio de 2016

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