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27/02/2015 | É hora de dar um basta

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Antonio Carlos Mendes Thame

recortejp270215A totalidade da pena do núcleo do PT condenado pelo desvio de recursos públicos do Mensalão nem foi cumprida e já surge o Petrolão. O episódio anterior, que poderia ter sido um bom exemplo de combate à corrupção, não teve desfecho suficiente para inibir um esquema muito mais sofisticado de desvio de dinheiro público por parte de integrantes do partido do governo e da base aliada. O ex-ministro José Dirceu e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, são apontados pelo doleiro Alberto Youssef, figura central da Operação Lava Jato que investiga o rombo nos cofres da Petrobras, como responsáveis por receber, para o partido, dinheiro de empreiteiras investigadas no esquema do Petrolão.

Em delação premiada, dois empresários, presos na Operação Lava Jato, afirmaram ter pago pelo menos R$ 20 milhões em propina oriunda de contratos da Petrobras, ao caixa do PT. Eram contratos gerenciados pela diretoria de serviços, comandada por um apadrinhado do PT, com as benções do então chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Não bastasse isso, vem a revelação do ex-dirigente da Petrobras, Pedro Barusco, de que roubaram da estatal entre 150 milhões e 200 milhões de dólares, para abastecer o caixa do PT e financiar as campanhas da candidata Dilma de 2010 e 2014.

O fato é que nos governos do PT as denúncias de corrupção têm sido sistemáticas e frequentes, além de inquietar ainda mais a sociedade já indignada. Desde a chegada do PT ao poder, o pagamento de propinas dentro da maior empresa brasileira tornou-se “algo endêmico e institucionalizado”, segundo a delação feita por Pedro José Barusco, apesar de já ocorrerem casos individuais de corrupção em períodos anteriores. Enquanto isso, o país afunda numa crise econômica e moral sem precedentes.

A população, porém, começa a mostrar que está atenta e insatisfeita com toda essa situação. Pesquisa Datafolha retrata a indignação e a perda de confiança dos brasileiros no governo: 77% dos entrevistados acreditam que Dilma tinha conhecimento da corrupção na Petrobras, 47% a consideram desonesta, 54% a denominam falsa e 50% indecisa.

Por tudo isso, cabe-nos acompanhar com afinco as investigações da CPI da Petrobras instaurada na Câmara dos Deputados e dar nossa contribuição às investigações, para que os culpados paguem pelo desvio de dinheiro público e o erário seja ressarcido.

Como oposição, vamos exercer, no limite da nossa capacidade, da tenacidade, perseverança e persistência, o direito, o dever, a obrigação de investigar. É esse direito de investigar que a Constituição Federal atribui ao Congresso Nacional.

E para que esta CPI cumpra realmente o seu papel, é preciso que ela seja isenta e que haja uma forte cobrança da opinião pública, expressa através da imprensa e das mídias sociais, refletindo o desejo unânime da população brasileira, que cobra honradez, decência e dignidade no trato das coisas públicas. É hora de dar um basta.

Antonio Carlos Mendes Thame é professor (licenciado) do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, deputado federal (PSDB/SP) e presidente do capítulo brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção (GOPAC).

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