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16/06/2017 | No pódio da corrupção

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Antonio Carlos Mendes Thame

O pódio é o sonho de todo país, quando se trata de ranking mundial. Porém, no caso de alguns itens do Relatório Global de Competitividade 2017, elaborado pelo IMD (International Institute for Management Development), uma das mais reputadas escolas de administração do mundo, sediada em Lausanne (Suíça), esta é uma posição nada confortável. Levantamento divulgado recentemente aponta o Brasil como o segundo país mais corrupto do mundo em uma lista de 63 países. Nosso país ficou atrás apenas da Venezuela.

Em termos de eficiência governamental, o Brasil aparece na 62ª posição, a segunda pior do ranking global, também atrás apenas da Venezuela. E esses indicativos têm reflexo imediato, como uma bola de neve. Quando o assunto é competitividade, o Brasil caiu da 57ª posição conquistada no ano passado para a 61ª.  

No ranking do IMD, são utilizados 260 indicadores, sendo dois terços de dados como emprego, comércio exterior e custo do capital, entre outros. Um terço é referente a 6.250 respostas a uma pesquisa junto a executivos internacionais, para avaliar a percepção deles sobre temas como corrupção, meio ambiente e qualidade de vida.

Na análise dos dados divulgados, representantes do IMD deixam claro que as piores classificações são ocupadas por países que estão sofrendo turbulências políticas e econômicas e informam que um dos maiores desafios é que esses países recuperem a confiança internacional.

Os resultados refletem a crise econômica, ética, social, política e administrativa que vivemos. Constatamos um descrédito total da população em relação à classe política brasileira. Desde os protestos de 2013, a população tem ido às ruas exigir dos seus representantes eleitos uma postura dentro do rigor da lei.

Hoje, a luta contra a corrupção é de todos os brasileiros, que estão se conscientizando de quanto dinheiro público é desperdiçado sem que os cidadãos tenham retorno nas áreas que mais precisam, como saúde, segurança e educação.

E não é para menos. Estudo da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) aponta que o Brasil perde mais de R$ 80 bilhões por ano com corrupção. E infelizmente verificamos que esta chaga se infiltra no setor público em escala global.

Como presidente do Capítulo Brasil da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção e presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, temos apresentado diversos projetos no sentido de prevenir e de punir aqueles que saquearem os cofres públicos.

No ano passado, com o aval e a pedido do Ministério Público Federal, assinamos o projeto de lei 4.850, com as 10 medidas de combate à corrupção, privilegiando a prevenção e a recuperação do dinheiro desviado.

Validadas por mais de 2 milhões de brasileiros, essas medidas foram votadas e desfiguradas na Câmara dos Deputados. Estamos empenhados agora para que o Senado reverta esta situação, recomponha o projeto original e o devolva à Câmara, para que a proposta seja votada ainda este ano.

Sabemos que há um longo caminho que precisa ser percorrido para fortalecer a legislação no sentido de inibir e condenar os que persistem na prática de desvio de verbas públicas. A nossa luta no Congresso é justamente para prevenir e criar mecanismos que impeçam a perpetuação da corrupção no país.

Antonio Carlos Mendes Thame é deputado Federal pelo PV-SP, presidente do Capítulo Brasileiro da Organização Global de Parlamentares no Combate à Corrupção (GOPAC) e presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção

Publicado no Jornal de Piracicaba no dia 16/06/2017.

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