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24/10/2014 | A solidariedade e os limites da corrupção

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artigothamejp241014Na semana passada, uma pane elétrica na casa de força do Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba resultou em princípio de incêndio, pondo em risco uma das alas destinadas aos pacientes e forçando a remoção de pelo menos 280 deles, inclusive a desocupação da UTI. Procedimento nada fácil, pois a quase totalidade dos doentes exigia cuidados especiais no transporte.

Primeiro, felizmente o hospital estava preparado, com equipes treinadas para agir em situações análogas. Segundo, o elevado espírito de solidariedade das pessoas envolvidas com os setores de saúde da cidade e região que, prontamente e sem titubear, providenciaram a recepção de pacientes, convocando suas equipes para colaborar. Interação e dedicação não faltaram, desde a alta direção, passando pelos médicos, enfermeiros e equipes de manutenção.

Melhor ainda: não faltaram ambulâncias. Até municípios menores, nossos vizinhos, alguns dotados de apenas uma ou duas dessas viaturas, mandaram-nas para Piracicaba, juntamente com suas equipes de atendimento da população.

Com o problema contornado e mantidos os leitos, vamos ao segundo enfoque, que trata justamente do estreito limite hospitalar para o bom atendimento.

No nosso Estado, existem 143 hospitais públicos, mantidos pelo Estado e distribuídos regionalmente. Proporcionalmente à população, é um bom número, mas existem várias regiões que merecem e precisam receber uma unidade hospitalar pública. É o caso de Piracicaba, que aguarda a inauguração da unidade construída pela Prefeitura, que será mantida pelo Estado, o que vai contribuir para o atendimento, além de motivar a liberação de uma faculdade de medicina no município, o que significa a formação de mais médicos oriundos da nossa região.

A saúde pública esbarra, no entanto, no problema do seu subfinanciamento. O Sistema Único de Saúde – SUS representou um grande avanço e consiste num dos maiores projetos sociais já criados no mundo. Existem, porém, pendências que já deveriam ter sido resolvidas.

A mais grave é o fato de o governo federal vir reduzindo, ano a ano, sua participação no financiamento do SUS, o qual, em 2000, era de 58% e hoje está em 45%, mesmo sabendo que a população continua crescendo e envelhecendo. O resultado dessa atitude é que a conta fica para os Estados e municípios, que deixam de investir em outros serviços e melhoramentos, para poder honrar compromissos de saúde pública. Daí a urgência da destinação de 10% da receita bruta da União para financiar a saúde pública, além do reajuste imediato da tabela de pagamentos do Ministério da Saúde, que está congelada há 10 anos, provocando o sucateamento e o endividamento de hospitais, inclusive da rede de Santas Casas de Misericórdia e hospitais filantrópicos.

Além da participação federal no financiamento ser cada vez menor, o sistema de saúde no Brasil é prejudicado pela corrupção. Na presidência do Capítulo Brasileiro da GOPAC, Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção, temos defendido o combate sistemático aos desvios de recursos públicos, de tal forma que sejam integralmente destinados à melhoria de vida da população.

O fato é que temos, de um lado, por parte do povo, a solidariedade nos momentos difíceis, por outro lado, é necessário que aqueles que têm a obrigação de gerenciar os recursos públicos ajam conscientes de que seus atos influem diretamente na qualidade de vida das pessoas.

Antonio Carlos Mendes Thame é professor (licenciado) do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, deputado federal (PSDB/SP) e presidente do capítulo brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção (GOPAC).

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