Deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame
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04/04 | O nosso anel viário

— 5 de abril de 2011 0 71
Antonio Carlos de Mendes Thame*

O lançamento da primeira etapa das obras de construção do Anel Viário de Piracicaba, já batizado de Anel de Contorno, inaugura uma nova fase na infra-estrutura rodoviária da região. Conquista do prefeito Barjas Negri, da qual tive o privilégio de participar, a obra traz repercussões absolutamente indispensáveis para direcionar o vetor de crescimento e ajudar a preparar a cidade para o pleno funcionamento da Hyundai, das empresas que darão suporte à montadora e das outras que virão complementar esse círculo virtuoso que vivemos na economia local.

Além de trazer mais desenvolvimento à nossa região, o Anel de Contorno vai também contribuir com a melhoria da qualidade do ar em nossa cidade, em decorrência da retirada de boa parte do trânsito pesado das vias urbanas, sem prejudicar o escoamento da produção.


 mapa_contorno de piracicabaA previsão é de que, em 2013, circulem pelo local 12 mil veículos diariamente. A obra é faz parte de um pacote grandioso, que inclui a duplicação da Rodovia do Açúcar, de Salto a Rio das Pedras, e complementa, com outras duplicações e interligações já executadas, um projeto regional, que coloca Piracicaba como importante vetor de desenvolvimento, ao ligar, por terra, o Brasil central ao Mercosul.

Isto já era esperado desde dezembro de 2001, quando o governador Geraldo Alckmin inaugurou o primeiro novo trecho do prolongamento da rodovia dos Bandeirantes, estendendo- a até Cordeirópolis. Na ocasião, dávamos mais um passo para acabar com a história de Piracicaba ser uma cidade fim de linha, estigma que vinha desde os anos 60, quando o governador Abreu Sodré (1967/71) formatou programa de descentralização industrial, implementado no governo Laudo Natel (1971/75).

Na prática, aqueles programas referendaram o desenvolvimento de São Paulo nos eixos rodoviários definidos pelo sistema metrópole-interior e sua ligação com a malha rodoviária federal, tendo como principais vetores as rodovias Washington Luís, Castelo Branco e Presidente Dutra, do que resultou Piracicaba ficar fora do tramo viário superior do Estado.

Isso explica porque, quando prefeito de Piracicaba (1993/96), não aceitamos que a extensão da Bandeirantes se desse pelos lados de Paulínia, como projetado inicialmente, mas que pudesse vir a ser um caminho para o desenvolvimento de nossa região.

A expectativa era de que a Bandeirantes trouxesse um surto de desenvolvimento, ao atrair grandes e médias indústrias, abrindo caminho para a implantação de novos distritos industriais no município.

Na época, a luta pela Bandeirantes forneceu novos argumentos para que, junto aos governos Covas e Alckmin, reivindicássemos a duplicação das demais rodovias que serviam ao município, com destaque para as de Limeira e Rio Claro e, o mais importante, incluindo-as no Plano Rodoviário do Estado, que previa as concessões, as duplicações e interligações necessárias à integração com o sul do continente (Mercosul), por meio da rodovia do Açúcar, duplicada até Itapetininga.

Para se ter uma idéia da importância dessas obras, basta sinalizar para o fato de que a primeira obra rodoviária relevante para Piracicaba, nos anos anteriores, havia sido a duplicação e retificação da rodovia Luiz de Queiroz, no governo Franco Montoro (1983/87).

De 1993 até hoje, Piracicaba vem obtendo grande parte do que tem pleiteado junto ao governo estadual, o que significa um desenvolvimento ordenado, sem prejuízos à infra-estrutura do município. Esta atenção, ou cautela, se torna necessária face ao desenvolvimento industrial que, sem dúvida, será cada vez maior ao longo da rodovia do Açúcar Comendador Mário Dedini e da rodovia Luiz de Queiroz.

* Antonio Carlos de Mendes Thame é deputado federal (PSDB/SP), presidente do diretório do PSDB em Piracicaba e professor licenciado do Departamento de Economia da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo)

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