O deputado Mendes Thame viaja hoje (quinta-feira) para Cancun, no México, como representante da Câmara dos Deputados à 16ª Conferência das Partes (COP-16), realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas. No período (2 a 12 de dezembro), Thame está em missão oficial da Câmara, por designação da presidência da Casa.

A COP 16, a exemplo das anteriores, focaliza a necessidade de os países enfrentarem os problemas das mudanças climáticas. O grande problema, cimo demonstrado em Bali, Indonésia, e em Poznan, Polônia (COPs 14 e 15) continua sendo a criação de um fundo para o combate ao aquecimento global e o estabelecimento de metal de controle dos gases que causam o efeito estufa . O encontro de Cancun, segundo Thame, tem objetivo alcançar consenso em cinco pontos de alta complexidade: financiamento, transferência de tecnologia, adaptação, estabelecimento de uma visão comum quanto a ações a serem seguidas no futuro e mitigação das mudanças climáticas. Para ele, a situação é complicada, e vai ser preciso muito esforço que a COP-16 consiga avançar mais que as Convenções anteriores, que acabaram frustrando as expectativas da própria ONU, que esperava mais dos países industrializados e uma colaboração maior dos paises em desenvolvimento. “Chegar a um consenso, este ano, não vai ser fácil”, conclui o deputado.

De acordo com o Painel Intergovenamental sobre Mudanças Climáticas, para manter o aumento de temperatura em até 2% no final do século, as nações desenvolvidas teriam de reduzir entre 25% e 45% as suas emissões, em relação ao nível de 1990, responsabilidade que os países desenvolvidos não aceitam. Por outro lado, paises em desenvolvimento, entre eles o Brasil, não aceitam responder em pé de igualdade com os países desenvolvidos, grandes responsáveis pelo aumento da poluição e consequentemente pelas mudanças climáticas. Esse impasse, segundo Thame, não vai ser facilmente resolvido, tanto que existe quem defenda a prorrogação dos compromissos metas do Protocolo de Quioto, que não foram atingidos, dando prazo para que metas mais ambiciosas possam atingidas.

Na abertura da Conferência, os representantes dos países procuraram elevar as expectativas do encontro, o que não aconteceu no ano passado, onde o clima se mostrou bastante negativo. No geral, consideram ser necessário, e possível, acordar um pacote de decisões que possam ser colocadas em prática rapidamente. Porém, reconhecem que dificilmente se chegará a um acordo global, de valor jurídico, pelo qual os países assumiriam metas de poluição, submetendo-se a um controle efetivo sobre elas, uma meta desejável, porém, no momento, considerada muito ambiciosa.

Mendes Thame é um dos deputados mais atuantes na defesa dos recursos hídricos e do meio ambiente. Foi representante da Câmara em seis COPs e foi relator dos projetos brasileiros que estabeleceram a Política Nacional de Mudanças Climáticas e criaram o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas. Também e autor de vários projetos e propostas que tratam do assunto, participa de várias comissões oficiais que tratam do assunto e já realizou cerca de 200 palestras em faculdades, clubes de serviço e entidades sobre o aquecimento global.