Antonio Carlos Mendes Thame^¹

A perspectiva da instalação de um curso de medicina em Piracicaba vem no momento ideal para que a cidade se torne também um polo de referência em saúde.  A vinda da faculdade, associada ao Hospital Público Regional e à infraestrutura de saúde já existente no município, cria um impacto extraordinário em toda a região.

No final de março, comissão do MEC (Ministério da Educação) esteve em Piracicaba para avaliar a estrutura da saúde do município. A visita do grupo, formado por três médicos credenciados pelo Governo Federal, foi a terceira etapa para selecionar municípios que possam receber cursos de medicina. Os médicos que integram a comissão são docentes de medicina em universidades federais, com cursos credenciados por aquele Ministério.

O grupo visitou  as UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) da Vila Sônia, Vila Cristina e do Piracicamirim, a COT (Central de Ortopedia e Traumatologia), o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da Bela Vista, os CRABS (Centros Regionais de Referência em Atenção Básica) do Cecap, Vila Cristina e Vila Sônia, os PSFs (Programas de Saúde da Família) do Boa Esperança 1, Tatuapé 1 e Eldorado 1, a Policlínica Santa Teresinha (incluindo Lavanderia Municipal e Central de Esterilização), além da Santa Casa e o HFC (Hospital dos Fornecedores de Cana).

Ao todo, 49 municípios em 15 Estados, dos quais 17 em São Paulo, foram pré-selecionados pelo MEC, em dezembro do ano passado.

Caso Piracicaba seja habilitada, o próximo passo é que as faculdades do município se inscrevam para implantar o curso. A Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), a Fatep (Faculdade de Tecnologia de Piracicaba) e a Anhanguera Educacional divulgaram, em entrevista à imprensa, que vão participar da seleção.

O município tenta há vários anos oferecer um curso de medicina e este é o momento ideal, podendo significar grandes avanços para Piracicaba, como o aumento da oferta de médicos no mercado de trabalho da região, a oportunidade de implantar a residência médica nas unidades de saúde e nos hospitais do município, além de dar a chance para que estudantes façam o curso mais perto de suas casas.

A possibilidade de aumentar o número de médicos no mercado vai gerar um impacto extremamente positivo, principalmente nas unidades que atuam na saúde preventiva, como os PSFs (Programas de Saúde da Família). O programa foi criado pelo Ministério da Saúde, em parceria com os municípios, em 1994, a fim de ampliar e melhorar a qualidade do atendimento da atenção básica em saúde.

Esta iniciativa, decisiva para ajudar a reduzir a mortalidade infantil, ampliar a cobertura das vacinações e, em muitos casos, proporcionar a primeira consulta médica a muitos cidadãos, sofre, muitas vezes, com a carência de médicos.

E é precisamente a falta de profissionais da saúde voltados à atenção básica das famílias que tem sobrecarregado hospitais e serviços de diagnóstico e tratamento, bem como as redes de urgência e emergência nos municípios.

Por isso, esperamos que que desta vez Piracicaba também possa vir a formar médicos.

Em breve, a inauguração do Hospital Regional, cuja construção se iniciou no mandato do prefeito Barjas Negri, será um ponto marcante da administração Gabriel Ferrato. A instalação de um curso de medicina na cidade reforçará este acontecimento tão positivo. A saúde de toda a região agradece.

¹Antonio Carlos Mendes Thame é professor (licenciado) do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, deputado federal (PSDB/SP), secretário geral do PSDB Nacional e presidente do Capítulo Brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção (GOPAC).