A dívida pública federal (que inclui a dívida interna e a externa do governo) chegou em novembro a R$ 2,2 trilhões. A taxa de juros, isto é, o custo médio dessa dívida chegou a 11,64% ao ano, no mês passado.

Em outubro, a dívida já havia quebrado todos os recordes anteriores e de forma inédita havia ultrapassado o patamar de R$2 trilhões: havia chegado naquele mês a R$ 2,023 trilhões, ou seja, a dívida dobrou nos últimos 10 anos.

Atribui-se este aumento do endividamento, na última década em parte aos empréstimos subsidiados (“bolsa empresário”) propiciados pelo BNDES, nos últimos 4 anos, empréstimos estes que atingiram R$300 bilhões.

Na verdade, porém, não é só por isso: o que ocorre é que o governo não só arrecada muito (a carga tributária subiu, somente no mandato da presidente Dilma, de 33,5 p/ 36% do PIB), mas também consegue realizar a proeza de gastar ainda mais do que arrecada.

Desta forma, vai-se endividando cada vez mais, pagando juros cada vez maiores, e proporcionalmente vai sobrando menos para serviços públicos de saúde, segurança, Justiça, educação, habitação, mobilidade urbana etc.

Esta situação é insustentável e não se resolve com contabilidade criativa (cheia de truques e artifícios para esconder o desastre) ou mudando a lei (descumprida) que obrigava o governo federal a respeitar diretrizes e limites orçamentários.

Se não houver corte dos gastos como propúnhamos, começando pela óbvia diminuição do número de ministérios, a saída inevitável será o aumento, mais uma vez, dos tributos, ou seja, da carga fiscal sobre empreendedores e empregados, com o contribuinte vindo a pagar a conta da incompetência e da corrupção.

Antonio Carlos Mendes Thame é professor (licenciado) do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, deputado federal (PSDB/SP) e presidente do capítulo brasileiro da Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção (GOPAC).